A Reserva Extrativista (Resex) do Baixo Juruá é uma unidade de conservação (UC) federal de uso sustentável e foi criada em 2001 através de decreto do presidente da República. Trata-se de um novo modelo de gestão de territórios que pretende promover o desenvolvimento sustentável.
A Resex do Baixo Juruá possui área de 187.982 ha e localiza-se na porção centro-oeste do estado do Amazonas, nos municípios de Juruá e Uarini, na bacia do rio Juruá.
Caracterização ambiental
O clima na reserva é tropical úmido, com temperatura média de 27ºC. A estação seca tem pequena duração (junho a setembro), enquanto que o pico das chuvas ocorre entre janeiro e fevereiro.
O rio Juruá é conhecido por ser o mais sinuoso da Amazônia, cheio de curvas. É um rio de água branca que carrega grande quantidade de sedimentos e nutrientes, o que garante abundância de peixes. Mais de 99% da Resex é coberta por floresta tropical densa, preservada, com presença de várzea e igapós, formas de vegetação alagadas sazonalmente.
A região do rio Juruá é conhecida por sua alta piscosidade e abundância de quelônios das espécies tartaruga, tracajá e iaçá, além de grande diversidade de fauna e flora. Entretanto a Resex do Baixo Juruá representa uma região pouco estudada com muitas espécies desconhecidas. Estudos apontam a ocorrência de espécies em extinção como o tamanduá bandeira, a onça-pintada e o peixe-boi.
População
A população da Resex do Baixo Juruá é remanescente de antigos seringais existentes na região, resultado da miscigenação de nordestinos e indígenas. A população é formada pelos “comunitários”, como são chamados, e é de aproximadamente 800 pessoas está distribuída em 15 comunidades. Dez estão ao longo da calha do rio Juruá: Botafogo, Antonina, Vai quem Quer, Morada Nova, Arati, Socó, Forte das Graças I e II, São Francisco e São José do Aumento; outras quatro estão no rio Andirá: Oito Voltas, Escondido, Lago Grande, Cumaru e uma no Igarapé do Branco.
A economia baseia-se no extrativismo e agricultura de subsistência. O principal produto gerador de renda da Resex é a farinha de mandioca amarela, produzida de forma artesanal. Além da farinha, as comunidades vivem do extrativismo de produtos da floresta e pesca.
Desde 2007 as comunidade da Resex realizam a pesca manejada do pirarucu, espécie ameaçada de extinção. A atividade coletiva gera renda e mobiliza os moradores em torno da preservação ambiental.
Unidades de Conservação – UC’s
A Resex é gerenciada, no dia a dia, pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão federal ligado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) em parceria com a Astruj (Associação dos Trabalhadores Rurais de Juruá), que representa os moradores beneficiários da Resex. Contudo a instância máxima de deliberação é o conselho Deliberativo, presidido pelo ICMBio e composto por membros de diferentes representações comunitárias.
A base da Resex é o plano de manejo, documento construído de forma participativa e aprovado pelo conselho em fevereiro de 2009, que contém o plano de utilização e regras de uso dos recursos e de convivência entre os moradores.
Contatos:
Resex do Baixo Juruá – ICMBIO
Prédio do Ibama
Estrada do Aeroporto, 725 - Centro / Tefé (AM)
Fone: (97) 3343-4000
ASTRUJ (Associação dos Trabalhadores Rurais de Juruá)
Rua Senador João Bosco, 34 – Centro / Juruá (AM)
Tel/Fax: (97) 3427-1251 / 3427-1107
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