sexta-feira, 11 de março de 2011

ABRIL POÉTICO ONDE E COMO COMEÇOU


                       O QUE É O ABRIL POÉTICO?

O Abril Poético é uma celebração cultural que busca resgatar a história, a arte e a cultura, por meio da linguagem poética e suas diversificadas manifestações. O movimento iniciou-se em cidades nas regiões do Alto Paraopeba e no Vale do Piranga (Região Central de Minas Gerais), ponto estratégico do Circuito da ESTRADA REAL, pois trata-se de uma região de confluência entre o Caminho Velho e o Caminho Novo. O Abril Poético é elaborado, organizado e realizado pela Liga Ecológica Santa Matilde (LESMA) em parceria com órgãos públicos e privados, entidades socioculturais, patrocinadores e comunidades.
Atualmente o Abril Poético acontece em nove cidades mineiras: Conselheiro Lafaiete, Congonhas, Queluzito, Cristiano Otoni, Entre Rios de Minas, Catas Altas da Noruega, Piranga, Ouro Preto e Itabirito. O evento está alicerçado no tripé: Cultura/Memória/Ecologia e acontece em três momentos. Na primeira etapa ocorrem as oficinas preparatórias e organização das atividades correntes. A segunda etapa consiste na realização do evento em si com a realização dos eventos culturais e a terceira etapa consiste na documentação e prestação de contas.
Tendo os poetas da Inconfidência como inspiração literária e geográfica, o Abril Poético dialoga com outros eventos e manifestações literárias, como o Psiu Poético (Montes Claros/MG), Belô Poético (Belo Horizonte/MG), Maratona Cultural (Divinópolis/MG), Terças Poéticas (Belo Horizonte/MG), Cultura de 5ª (São João Del Rei/MG), Travessia dos Sentidos (Brumadinho/MG), Campoesia (Campo Largo/PR) e a Cooperifa (São Paulo/SP), transitando entre  a cultura arte popular e a acadêmica.


PERÍODO DE REALIZAÇÃO - De 21 de abril a 1º de maio de 2011

CIDADES QUE ACOLHEM A PROGRAMAÇÃO
Conselheiro Lafaiete (Cidade sede)
Catas Altas da Noruega
Congonhas
Cristiano Otoni
Entre Rios de Minas
Ouro Preto
Piranga
Queluzito
Itabirito

ROTEIRO DOS MUNICÍPIOS

CONSELHEIRO LAFAIETE
Cidade sede do Abril Poético é berço da Liga Ecológica Santa Matilde desde 1998, data de fundação da ONG. O antigo Arraial dos Carijós sempre foi entreposto comercial e epicentro de variados caminhos. Queluz de Minas até 1934, seu nome atual é uma reverência ao filho ilustre Lafayette Rodrigues Pereira, famoso magistrado do Segundo Império e conselheiro de  D. Pedro II.
A partir do início do século XX a cidade foi referência na fabricação das famosas Violas de Queluz por meio do pioneirismo das famílias Meirelles e Salgado.
Caminho da Estrada Real e roteiro ferroviário, poetas e trovadores dialogam com os desígnios do Abril Poético.

CATAS ALTAS DA NORUEGA
Cidade serrana do Vale do Piranga, Catas Altas da Noruega tem seus primórdios nas  aurora do século XVIII. Cercada por montanhas, as “Noruegas” a cidade é servida de uma exuberância natural e recebe o Abril Poético desde o ano de 2007 em sintonia com o público escolar e os artistas locais.  Com suas comunidades simples e iluminadas, Catas Altas da Noruega orna a passarela do Abril de composição arquitetônica e paisagismo poético. Além de sua rica história o artesanato é uma das características da cidade com destaque para trabalhos feitos de pedra-sabão.  As múltiplas comunidades entre montanhas são sinais da formação cultural mineira em feições modernas.

CONGONHAS
Um dos municípios fundadores do Abril Poético (2006), no território da Cidade dos Profetas com a procissão poética "A Poesia Sobe a Ladeira" foi que tudo começou. Cidade Patrimônio da Humanidade, Congonhas tem em suas montanhas o apelo industrial com exploração de minério e siderurgia.
Terra do místico Zé Arigó, Congonhas apresenta lá no alto da colina. o santuário do Bom Jesus de Matozinhos ornado pelos profetas do Aleijadinho. As capelas dos Passos e a Romaria abrigam o Jubileu religioso. Terra de poetas, atores e musicistas, Congonhas é estandarte literário de alto valor. Aquilo que o poeta dignou-se a chamar de “Seara do Minério”, comprova-se pelo seu acervo entre montanhas. 

CRISTIANO OTONI
Seu primeiro nome foi "Tapera do Tupi". Na época do Ciclo do Ouro, o centro era o distrito de São Caetano do Paraopeba. A inauguração da malha ferroviária no final do século XIX vai mudar o seu núcleo populacional, o perfil da cidade e seu nome. Cristiano Otoni, pai da ferrovia brasileira, lhe dará o nome que perdura até hoje. Realiza  neste quarto ano o seu caminho poético, onde surgem, entre jovens e adultos, o embrião da poesia regional.
Entre as montanhas nasce ali o rio Paraopeba. Suas comunidades tem nomes naturais. A natureza, mãe, fertiliza o coração da terra, humanizando as trilhas da reflexão.

ENTRE RIOS DE MINAS
Quais os rios dão nome a este lugar que está a leste do Campo das Vertentes? Os rios são Camapuã e Brumado. Rota real onde seguia o caminho velho que desaguava em Parati.Desde os idos de 1713 teve vários nomes: Bromado, João Ribeiro, Entre Rios. Terra de Cassiano Campolina, criador do cavalo da raça que leva seu nome, e da benfeitora Manoelina dos Coqueiros, milagreira que impressionou Carlos Drummond de Andrade. Colonizado por Bartolomeu Machado Neto e Mateus Domingues a sesmaria não foi abundante em ouro ou prata. Manteve a vocação agropastoril. Mística, montanhosa, urbana e agrária, cantada em vozes e cordas de seus violeiros, cantores e poetas. Entre Rios de Minas: onde o Abril repousa sua lida poética.

OURO PRETO
Entre as penhas mais altas tendo aos seus pés o ribeirão do Carmo, Ouro Preto nasce Villa Rica no final do século XVII. Villa Rica do Ouro Preto, cravada em minerais valiosos que tanto alucina o coração dos românticos, a sagacidade dos historiadores e a mente dos turistas. Foi elevada à Villa no dia 8 de julho de 1711, treze anos depois de descoberta.
Terra de confidências e inconfidências: história, segredo e poesia de mãos dadas. Palco de liturgias imperiosas é caminho dos reis e dos plebeus.
Com sua arquitetura majestosa, Ouro Preto é o município onde acontece a travessia do Abril poético. É de onde nos vigia os inconfidentes disfarçados de poetas modernos. É onde suspiram musas, entre nativas e universitárias. Janelas do patrimônio mundial, poesia,  mastros musicais. Pontes suspensas lembram musas  e poetas. Povo simples. Lugar onde vem cantar os cidadãos da cultura universal.

PIRANGA
Em tupi-guarani Guarapiranga significa "pássaros vermelhos". Já foi região do Passa Sete. Em 1692 João Amaro Maciel fundou o arraial de Nossa Senhora da Conceição de Guarapiranga, nas regiões de Barra e São Miguel.
Palco da guerra dos Emboabas é o itinerário místico do inconfidente Cláudio Manuel da Costa. Bacalhau, Pinheiros Altos, Santo Antônio do Guiné e outros quilombos. Rio Piranga em plena majestade, delírio urbano. Terra de Cesário Alvim e rota dos grandes fazendeiros. Em tuas matas surge o vendaval desconhecido. A lira musical e a poesia profética.
Abril Poético encontra em Piranga, pela primeira vez, o ofício declamatório e a arte complexa. Artesãos da natureza e o debate ecológico nas ondas do ar.

QUELUZITO
Cidade ao pé da serra de Santo Amaro, contraforte da serra do Camapuã. Aliás foi Santo Amaro do Camapuã e também do Paraopeba. O nome "Queluzito" é homenagem ao minério (proto-silico carbonatado) pródigo em suas entranhas. O padroeiro descansa na matriz. Padre Claudionor Tavares é o vigia da praça central; João Rodrigues da Costa o inconfidente. Um sentimento de liturgias naturais invade a lembrança.
Poetas cantam a terra natal. A água da Serra Molhada é que banha e abastece a cidade. As comunidades distantes entre a língua indígena e a poesis-natureza: Baependi, Jurema, Bananal, Boa Vista, Trinta Carros, Ribeirão... Queluzito, terra de Santo Amaro. Teu nome é concórdia e a música, cuja a padroeira é Santa Cecília, é santa e, também, de todos. Como o pão.

ITABIRITO
No final do século XVII, as descobertas de ouro nas imediações de Sabará e Ouro Preto provocaram um grande deslocamento de pessoas para a região central de Minas Gerais. Colonos e imigrantes de vários lugares começaram a povoar as terras que, em pouco tempo, transformaram-se em arraiais, freguesias e vilas.
Os povoamentos iniciais na Sede e nos distritos de Itabirito (Acuruí, Bação e São Gonçalo do Monte) são contemporâneos às primeiras explorações auríferas em Minas. O Pico de Itabirito como marco geográfico para os deslocamentos das expedições pelo Rio das Velhas, é destaque geográfico e social.  
As instalações da Estrada de Ferro Dom Pedro II e a abertura de empresas nos ramos da siderurgia, marcam sua modernidade. Esse desenvolvimento tornou-se a base de sustentação para os desejos de emancipação municipal, realizada em 7 de setembro de 1923. Cultura forte, povo também!

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